Senhor dos Anéis para o Sistema Dharma

Volta e meia recebo essa "intimação". Esta conversa abaixo foi retirada de uma conversa iniciada pelo mestre Arthur Reis no grupo de Whatsapp "Dharma, o Aprender".

"Seria possível criar um livro de Senhor dos Anéis para Dharma?"

A resposta é "com certeza".
Mas na realidade talvez não fosse necessário fazer muita coisa para que essa adaptação estivesse no ponto. O Livro Básico de Dharma já oferece suporte a quase tudo que é necessário lá.

Eu faria raças, etnias, itens e principalmente fichas de criaturas. Isso tudo já daria 100% do ar Tolkieniano...
Porém, há uma forte característica da Terra-Média: a sutileza dos poderes. Nada de exagero. Em relação a isso, acho que as regras básicas do Dharma comportam bem essa medida sem necessidade de implementação de regras exageradas.
Como vcs bem já conhecem, o Dharma é bem letal e modesto (como foi que o amigo do Neto o designou mesmo? Um D&D "manco", "aleijado", "super limitado"?)

Tem que ter cuidado é pra não...PESAR A MÃO!
A dica seria (adivinhem) manter distância do Efluir.

A ficha mais recente que eu fiz do Sauron reflete bem essa "medida" de poder.
19 de Efluir; 35 de Vitalidade. Míseros 123 de Resistência.
E seria supostamente (uma das) a criatura mais poderosa sobre a Terra Média na Segunda e Terceira Eras...
Sauron com essa ficha aí tem 38 de Defesa (19 normal + 19 do Efluir).
Deixaria os Balrogs com uns 10 pontinhos de Efluir, e olhe lá. Eles teriam algo em torno de 25 de Defesa (já contando com o Efluir). Talvez um ou dois pontinhos a mais.
A Resistência/Vitalidade dos Balrogs talvez seja próxima a essa do Sauron.
No frigir dos ovos, não será a matemática que vai deixar os poderes das "criaturas terríveis" da Terra-Média "inalcançáveis"...

E sim mecânicas mais simples de Tolerância a Dano e Proteção contra Dano.
A magia da Terra-Média é visualmente sutil, mas nada impediria que fosse tão mecanicamente eficiente quanto a magia padrão em Dharma (mesmo patamar de dano direto e dano evidente, por exemplo)
O que tornaria razoável que um mago ultra poderoso tivesse como dar trabalho a um balrog.
(Só não daria pra fazer o combate durar DIAS... Mas isso eu deixo por conta da veia poética do velho)

Eu só deixaria o Efluir para criaturas não-humanas (assim também como non-humans-like).
Em suma, apenas ainur (valar e maiar) teriam Efluir. E eu sinceramente acho que sequer daria algum Efluir para os Istari (os magos).

Acho que vcs já me conhecem bem em relação a esse ponto... Sou bem sovina em relação ao Efluir (e a "suvinage" só tem aumentado )
Acho que mesmo os Eldar (elfos que viram as Luzes) não deveriam ter Efluir. Eu reproduziria suas capacidades superiores por meio de mais magia e Legados mais apelões.
Admitir um elfo derrubando parede com murro, pra mim, é o mesmo que simular nudismo no photoshop com uma foto de Tolkien.
E "+1 de Efluir" é a mesma coisa de feriado no domingo.

Pra não correr perigo de sair da trilha que estou agora...

As "sugestões leves" que eu faria: usaria os livros de RPG de Senhor dos Aneis (1 - Coda, 2 - One Ring, 3 - Adaptação pra D&D 3 da Valinor; e 4 - MERP) e mapearia as principais skills de raças e personagens.


Em seguida, tentaria agrupar as skills raciais mais interessantes em "árvores de técnicas" (legados raciais), e as skills desconexas (que não sejam redundantes com o que já existe no Livro Básico) eu usaria como técnicas temáticas.

Mas, na real, acho que pouquíssimas técnicas precisariam ser criadas para Senhor dos Aneis. Ficaria tudo concentrado nos Legados Raciais (e talvez eu construísse uma ou outra Tradição relacionada a guildas muito específicas da Terra Média). O mais importante nesta adaptação seriam os monstros.

Gostei da pegada, e concordo. É importante mantar o efeito mágico discreto, e tomar cuidado com as discrepâncias dos poderes dos personagens. Uma das coisas que mais me fascinam no tolkien é justamente o quão “palpável” são os poderes dos personagens.